domingo, 4 de julho de 2021

Já há algum tempo me surgiu a vontade de escrever. A vontade vem e vai, e até então não a tinha utilizado como força motriz para realizar tal desejo, pois o raciocínio que me ocorria em seguida é: O que escrever? Como escrever? Escrever sobre meus pensamentos? 


E nisto tudo faço aqui uma revelação, o sentimento que rege essas ponderações é o de medo. Sim, o de medo. Não é raro eu sentir medo do que penso e pensar que há muito do que temer nessa vida. 


Ando em fuga. Um constante fugir do medo. O medo da dor, do julgamento alheio, do não agradar, do não atender a expectativas. Minhas, de outros. 


E já que falamos desse assunto, o principal medo das últimas semanas: o de não dar conta.


Mas não quero me aprofundar neste último agora. Quero falar sobre o medo de escrever.


Bom, despejo aqui meus pensamentos. Contudo, estou numa fase em entender que os pensamentos não configuram a realidade sempre. São apenas pensamentos. Mecanismo do qual utilizamos para tentar organizar a nossa realidade, mas é isto apenas. 


Em contrapartida, ao colocá-los num papel, algo que fluido por natureza parece se concretizar. No sentido de se tornar concreto mesmo, palpável, real.


Devolvo a mim essa pergunta: se muito do que eu penso é sobre medos, ao escrever sobre eles isso significaria que eles são reais?


Meu cérebro entende que isto aqui é a verdade absoluta ou apenas um desabafo? Que pode ser sobre uma emoção passageira ou sobre algo que rege meu ser? Que é apenas uma distração e fruto de lazer? Ou por onde não só organizo minha realidade, mas também a comando?


No fim das contas é: aquilo que eu não gostar de pensar, mas ainda assim colocar no papel, passará a fazer parte de mim para sempre? Serei sempre a mulher que descreve sua insegurança? Serei para sempre insegura? 


Quem faz esse julgamento? O outro, quem tanto temo, ou eu mesma? 


Ainda assim, partindo ainda do ponto que tudo que escrevo configura realidades e desejos que se concretizarão (poxa vida, que poder hein), qual é o problema de ter insegurança e o de sentir medo? Qual é a vergonha nisso? E qual é a vergonha em sentir vergonha disso?


Talvez só se a vergonha não me fizer aceitar a realidade, o que no fim eu acho que é o real problema aqui. Organizar meus pensamentos nessas linhas não as fazem os cordões do meu destino, mas podem me ajudar a perceber coisas que rejeito em mim, e rejeito a ponto de fechar os olhos e negar. 


Como provocar mudanças se não aceito a existência daquilo que quero mudar?




Juliana, 27 anos,

Inverno, Iguape, 2021.

domingo, 25 de março de 2012

19/01/12



Que tal disparate é tu vieres a me cativar
Não percebes que a penumbra do teu olhar
Quanto mais longínquo e cálido
Mais os meus sentimentos rosados
Desgraçar-se-ão em voluptuoso estilhaço

Sangra-te!
É o que dizes para as flores que dei
Mas que doído,
Que doído e que benéfico
É o efeito do seu odiar em mim
Num farfalhar relampejante de saias e véus
Inócuos, não

Sangra-me!
É o que aconteces ao meu toque encontrar o teu
Sorrateiro, lascivo,
Do caráter mais imundo
Do mais puro
Que podes lançar

Lança-me
Sua alma lacerada pelos anjos vermelhos
Beijam-te as pupilas e
Ficas entregue a mim

quarta-feira, 7 de março de 2012

Pensem em uma pessoa feliz...


Mas muito feliz mesmo! Talvez não feliz 24 horas por dia, mas pelo menos umas 20 horas dela (contando com as horas de sono, que são sempre AS ME-LHO-RES hehe). Motivos? Nenhum muito especial, apenas me divirto em perceber certas coisas lindíssimas que me rodeiam.
Eu não quero me gabar, mas já me gabando... minha família é maravilhosa, nunca tive e acho que nunca terei o que reclamar dela, e meus amigos então! Não sei se fiquei mais idiota quando conheci eles ou se foi o contrário (: A facul... bem, por incrível que pareça, esse meu segundo ano está sendo muito mais satisfatório pra mim do que foi no começo do ano passado. Não sei se é porque ainda não começou a época de provas, mas... ahhaha
E bem, o teatro... ah o teatro, o teatro, o teatro. Fui em apenas duas aulas, mas eu já gosto tanto, já penso tanto nisso, eu queria ter mais tempo pra entrar totalmente de cabeça nessas aulas, é legal demais, e além de ser divertido, já me ensinou muita coisa que eu posso usar no meu dia-a-dia, na vida "de verdade", e é realmente um aprendizado. Fora as pessoas que se conhece... tenho interesse de conhecer todas, compartilhar histórias com todas, e enfim. Tá sendo legal demais.
Eu gosto dessa minha fase otimista, e tenho que até me refrear nela. Porque quando eu estou feliz, eu tenho mania de espalhar isso, de gritar pros quatros cantos EU ESTOU, EU SOU FELIZ! e parece que cada vez que eu faço muito isso, vem algo pra me atrapalhar e puxar meu tapete eeeee... bem, eu quero achar que isso não vai acontecer dessa vez. Eu quero achar que esse meu momento super agradável vai durar bastaaaante tempo, quiçá pra sempre! Por que não?! =) Hehehe ok, acho que estou estrapolando já. Mas é isso,

Beijo do gordo na bunda de quem leu até aqui :*

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

20/04/2010 Francesca já não aguentava mais...



a culpa. Parou de chorar um momento e riu. Culpa? Nunca sentiu culpa. Bem, para tudo se tem uma primeira vez, até para aquele sangue sobre suas roupas que não era seu. Um momento de descontrole, nada mais. Era o que dizia para si mesma. Mas, não, ela percebeu que o que sentia não era culpa, gostou de matar aquele infeliz. Ela sentia medo, isso sim. Medo porque foi burra, não podia ter deixado evidência, foi descuidada demais, era raiva demais, pressa demais. Como se sentia tola por achar que estava sentindo remorso, aquele moribundo não merecia piedade, a faca fora bem amolada... O monstro não sofrera tanto. Ele merecia mais dor, afinal, sua filha foi muito mais machucada que ele. Estuprador nojento. Sentiu-se feliz por ter vingado sua filha, mas isso não sarou sua dor, a dor alheia, pobrezinha. E voltou a chorar violentamente, o medo... Ouviu as sirenes dos policiais se aproximando da rua, chorou mais lágrimas sufocadas de ódio e desespero... Percebeu que estava perto, do fim.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Puzzle of the World 01/02/2012


Eu não posso deixar de lembrar que sou uma peça única, sem encaixe. Que talvez por erro da máquina que cria quebra-cabeças, não tenha me feito nem como um canto, nem como um meio, nem como a ponta da asa daquele pássaro ali que compõe a paisagem ao final do jogo. Mas pensando bem, isso não é tão mau assim. Pois nem tudo que sai estranho, não significa que não tenha seu valor. Talvez essa minha exclusividade, faça-me ainda mais valiosa por quesito raridade. Ou talvez me faça como uma espécie que, por sorte da humanidade, está em extinção. Bem, prefiro acreditar na primeira hipótese. Apenas tinha que ser sincera comigo mesma ao dizer que bate uma pontinha de tristeza quando eu vejo todos os outros se combinando, se magoando, se combinando de novo, sendo feliz, se magoando e se combinando novamente e se recombinando e se replicando. Algumas combinações duram até a vida toda, fortes e firmes, por vezes inusitadas, mas existentes. E eu me faço ausente desse direito, por ser, claro, uma peça única.
Talvez essa minha singularidade me faça independente, independente de drogas lícitas e ilícitas, de vícios, de pessoas. Independente para ser feliz ou triste. Fazendo-me mais minha do que de outros, fazendo-me mais capaz da minha autodescoberta. Fazendo-me ter que enxergar outros meios de procurar o apreço.
E por fim, consigo até sentir-me um pouco superior, já que observo que ao mesmo tempo em que todos tentam ser únicos, acabam se misturando à multidão, e eu que me misturo a essa, consigo ainda ser apenas eu, sem cópia ou sósia. Sendo isso bem ou mal, bom ou mau. Mas que no fundinho, eu acabo detestando.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Personificação da inferioridade 23/08/2011



Rubra, vermelha, rosada. Rosada não... Vermelha. Escarlate. Sangue. Brilhante, é a cor dos pêlos sobre seu corpo, dos seus fios de cabelo, do seu vestido voluptuoso. Maldosamente lasciva. Dolorosamente inevitável. Na penumbra, chega à espreita, num caminhar leve de pés descalços, em forma de luz, longe de dor. Num piscar de olhos. E aqueles olhos mudam, o olhar agora firme apodera-se de tudo. Sofrimento. Ela finge ir embora, diz adeus e de fato, chora. Tudo parece que vai mudar, uma transformação ocorrerá, e essa aparece em forma de sol, de sol poente, e nos seus últimos raios, quase ao anoitecer, vem com a lua a maldita dama ruiva. No seu cálice há sangue, o meu sangue.

Juliana, bem-vinda ao seu novo blog!




Boa madrugada,

Estou eu aqui na minha enésima tentativa de ter um blog ativo... Lembro que criar um blog foi uma das minhas primeiras atividades na internet, quando eu ainda era bem mais pirralha, antes mesmo de ter orkut, msn e afins. O html dele era cheio de floreios, bem meninoca mesmo, e me surpreendo comigo mesmo ao também lembrar que eu realmente sabia mexer naqueles códigos! Mas o seu conteúdo era do estilo twitter que vemos hoje, e eu postava coisas do tipo: "Estou feliz porque a minha vó voltou da viagem :D" Não durou muito... fiquei decepcionada quando percebi que postava apenas pra mim, porque nada do que eu escrevia interessava mais ninguém. Tempos depois lá fui eu fazer mais outros e outros, alguns de parceria com amigas, outros musicais... enfim, inúmeras tentativas de publicar minhas expressões e loucuras, mas todas abandonadas por causa da minha preguiça.
RÁ!
E aqui estou eu mais uma vez!
Dessa vez eu espero realmente continuar. Porque não vou me comprometer comigo mesma em postar todos os dias, ou toda semana, ou todo mês... enfim, vou escrever quando eu quiser :D E isso é um alívio pra mim, não funciono com esse tipo de pressão ainda mais vindo de mim mesma.
Também não estou ligando muito se terá pessoas lendo ou não o que escrevo, apenas estou me sentindo esclarecida o suficiente a ponto de sentir que algumas coisas eu preciso contar pra um amigo, nem que seja cibernético, ou então desabafar, ou confessar, ou sei lá... QUERO ESCREVER! haha
Meus post seguintes serão de coisas que já escrevi há tempos atrás mas que salvei aqui no computador... dentre eles tem poeminhas,textos sem pé nem cabeça e etc. Tudo um lixo, já aviso, mas eu guardo, né, fazer o quê :)

Acho que já tem um bom número de linhas por essa madrugada,
um beijo na bunda de quem leu até aqui!

Até mais ver